sábado, agosto 14

Dum tempo, dum país...

Houve um tempo que o dinheiro desvalorizava-se mui rápido e a cada seis meses lançavam uma nova cédula para comportar a avalache de zeros. Houve um tempo que se entrava nos ônibus pela porta de trás. Houve um tempo no qual abundavam as cafeteiras «Monarcha» e toda padaria por mais rastaquera que fosse tinha uma. Houve um tempo que existiam passagens de nível no trecho leste da ferrovia. Houve um tempo no qual cantávamos o hino nacional todo dia antes de entrar para a aula. Houve um tempo no qual fui feliz, num país que eu conhecia. Hoje já não mais...

Existiram vitrolas e discos de vinil, domingos ensolarados. Macarronadas.

Hoje tudo é efêmero e violento; mas não essa violência lugar-comum, que abunda nos jornais, mas sim uma violência visual e sonora, uma violência contra nossa memória e nossa cognição, uma violência contra o direito de não querer comprar.

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