sábado, janeiro 15

A Argentina e os trólebus

Os trólebus
Não me agrada nem um pouco José Serra, nosso novo alcaide. Tanto não me agrada, que não votei nele no último escrutínio, escolhendo pela alcaidessa que tentava a reeleição; mas ela não conseguiu os votos e perdeu o posto. Continua a não me agradar Serra, mas devo admitir que comigo ele tem já um ponto a favor, justamente num dos pontos qu’eu mais criticava na admistração anterior: a questão dos trólebus.
A administração Marta Suplicy optou por uma solução que ia pela contra-mão das tendências atuais: tirar os trólebus e substitui-los por ônibus movidos a diesel; o que julgo uma insanidade, pois deveria ser simplesmente o oposto. Houve gente - conhecidos meus inclusive - que vibraram com a condenação aos trólebus, tachando-os de lerdos, mas em nome de uma pretensa maior rapidez e autonomia dos veículos a diesel, sacrifica-se o ar, visto que os ônibus a diesel são extremamente poluidores; enquanto os elétricos, simplesmente não poluem, além de serem mais silenciosos e confortáveis. É como comportar-se à Estados-Unidos, que rejeitaram o protocolo de Kyoto.
Fico contente que a nova Administração Municipal repare erros da anterior; mesmo não sendo eleitor do partido pelo qual ela foi eleita, temos de crer pelo seu sucesso, afinal, caso algo saia dos eixos, os maiores prejudicados seremos nós, munícipes, habitantes e passantes. Tem em mente de restaurar como era a rede de trólebus (que havia sido reduzida consideravelmente) e talvez até ampliá-la. Realmente foge à minha cognição o motivo pelo qual a Administração anterior escolheu de diminuir a rede de trólebus e também a qualidade do ar da cidade em nome de pendengas judiciárias com a AES-Eletropaulo; em vez de escolher por resolvê-las, optou-se pelo caminho mais fácil, exclui-los em vez de buscar uma saída alternativa com a Eletropaulo.
Então, prefeito, vamos lá; os paulistanos que pugnam pela causa do transporte público limpo estão esperando a sua resolução favorável aos trólebus.
En unión, libertad y originalidad
Sou obrigado a admitir: a Argentina é muito mais país do que somos nós... principalmente em aspectos históricos constitutivos. A independência da Confederação das Províncias Unidas do Prata, deu-se realmente por uma certa sublevação popular; a nossa, pelos caprichos de um príncipe português, que inclusive tentou desfazer a enrolada quase dez anos depois. A bandeira argentina foi desenhada por um militar, advogado e político em 1812, o egrégio Manuel Belgrano (cuja face está estampada na nota de dez pesos), a nossa é resultado de um pastiche horrendo cuja explicação oficial é pior ainda. A explicação oficial detém-se em: o verde das nossas matas (ainda bem que não criaram por medida provisória a diminuição do verde de acordo com o grau de devastação da floresta), o amarelo do nosso ouro (qual? aquele que os portugueses rechearam as igrejas e mandaram para a Inglaterra?). Pois na verdade, a configuração da nossa Bandeira Nacional, diagramada por J.-B. Debret (um francês!) remete-se ao verde dos Bragança (família real portuguesa do nosso Nero) e ao amarelo dos Habsburgo (à qual pertencia nossa primeira Imperatriz). Cá cos meus botões, acho a Argentina muito mais original.

3 Comentários:

Blogger Eva disse...

Caro conde neo-húngaro,
teria o sr. já dissertado a respeito da questão dos trólebus, por acaso? Minha memória esboça pálida lembrança a esse respeito... Não sabia da boa notícia, mas apóio com entusiasmo a volta de tão sensato transporte à nossa castigada metrópole. A Augusta já não seria a mesma sem eles. E a extinção do Penha-Lapa, então?

Quanto à Argentina, concordo em grande parte: é uma pátria cuja história é de se orgulhar. Mas não devo me alongar mais na defesa para não parecer cabotina.

Atenciosamente,

Eva
www.esquizofasia.blogger.com.br

domingo, janeiro 16, 2005 2:51:00 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Miguelson said:

Quanto aos trólebus, não com a mesma erudição, mas faço minhas as tuas palavras...
Quanto a Argentina, já sabe. Creio que por ser uma nação gerada pela colonização espanhola é um lugar construído para parecer o que não é... portanto, não há argumentos que comprovem sua superioridade. O Brasil surgiu por meio do país ibérico menos insensato, sendo uma ilha carnavalesca. Isso é suficiente para completar minha argumentação. Os melhores países que saíram a partir da cagada espanhola são aqueles que têm menos espanhóis. E o pior é o que se misturou com Italianos.

Tenho dito.

Gran Duca della Pegna

domingo, janeiro 16, 2005 7:44:00 da manhã  
Blogger flogisto_calavera disse...

então caro magiar, não conheço aquela ópera não.
do que se trata?

quarta-feira, janeiro 19, 2005 10:48:00 da tarde  

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