quinta-feira, maio 5

Terceira praga burocrático-administrativa

Fuxicos e rumores

Coisa comezinha e quotidiana nos ambientes de trabalho que têm mais de três pessoas, é o rumor e os «comentários paralelos». Qualquer ordem mal-interpretada ou comentário nebuloso ou obscuro entra necessariamente para a ordem do dia e torna-se assunto principal. Hodiernamente, os comentários que mais têm repercussão são as demissões de fim-de-mês. Se o chefe resmunga do filtro que não mais gela a água e diz a alguém que esteja próximo: «este vai embora», basta que essa frase tenha sido dita próximo de alguma baia (divisória) habitada para que logo os boatos de demissão, que vão demitir alguém; vai tomando tamanhas proporções a ponto de o último do telefone-sem-fio ser notificado de uma demissão em massa, vão fechar o sector e outras coisas. Ficam todos em polvorosa e pouco se trabalha, aguardando a ceifa, gerando ataques histéricos (principalmente entre as mulheres) e murros nas mesas (mais os homens).

No sector público, onde mesmo que sejam hoje a maioria dos funcionários contratados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o que tira a tão almejada estabilidade do estatuário; mesmo com esse porém legal, é notório que no sector público, somente se é demitido depois de inúmeros delitos ou omissões gravíssimos em série (popularmente conhecidos por cagadas), esse morbo demonstra-se em formas diversas, como exacerbação do abuso de poder pelos superiores, e maior controle da vida alheia, principalmente dos funcionários de mesmo nível, mostrando sua mesquinhez e vileza; nos sectores burocráticos, tramam e confabulam uns contra os outros no pior estilo do apunhalar, entremeados de papéis, ofícios; grampeadores e furadores podem tornar-se armas mortais na mão de funcionário atacados do furor provocado por essas pragas.

Veja também:
Segunda praga burocrático-administrativa (os duendes de escritório)
Primeira praga burocrático-administrativa (grampos)

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