sexta-feira, maio 12

308. Tempo de revolta

Nunca ele almoça só; almoça sempre com a lata de água tônica. Acompanhado ainda dos seus companheiros inseparáveis, o garfo, a faca e a melancolia, talha o sólito bife, passa o garfo pelo sólito purê de batatas. Observa as outras pessoas, que igualmente deglutem mudas alguma coisa. Ruído de talheres e copos, bem subtil. «Demà és el mateix», lembra-se ele do poema, «Amanhã é o mesmo». Não, não será. Enquanto estava no banheiro, imediatamente depois do almoço, jurou que segunda-feira jogaria o saleiro de vidro ao chão.

* * *

Mal de política externa: a Alsácia-Lorena é assunto mais que morto; as Malvinas estão escondidas pela névoa e o Rosselló está muito confuso. Além de tudo isso tem a Bolívia e seu Imperador Huevo Morales (trocadilho do Orlando, a debitar), que é um problema muito longínquo.

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