sábado, julho 29

337. Poësia plus-quam-vagabunda (III)

Filhos e netos dum païs órfão
[incompleto]

Foram já os tempos
de sete de setembro pomposos
e generais garbosos
escondidos sob óculos escuros,
uns loucos bem-comportados.
Foram já os tempos
de decorar os nomes dos ministros
de saber a correspondência
dos Estados e das estrelas.
Foi o tempo de caçar comunistas
que assolavam os armários das criancinhas
muito mais que o homem do saco.
Foi o tempo do Espírito Nacional,
de Itaipú
e de devolver troféus a Stroessener,
que como a Transamazônica
que liga nada a lugar algum,
ligam nada a tempo nenhum.

Foram já os tempos
das músicas pop-ufanistas,
os tempos de «eu te amo, meu Brasil!»,
e do Hino Nacional cantado na escola
antes que batesse o sinal.

Foram já os tempos das restrições,
da «democracia indireta»
e da «revolução de sessenta e quatro»
e dos filmes nacionais de tema histórico.
Extintos também
os uniformes escolares com galardões militares.
Acabou-se o carrossel
dos generais que se alternavam,
acabou-se o Milagre,
mas o Delfim continua por aí.
Brasil uno, do Oiapoque ao Chuí,
Médici com a taça do mundo sobre a cabeça.
Tempos que se perderam nas páginas amarelentas.
[...]

2 Comentários:

Blogger Jeferson Ferreira disse...

essa é vagabunda mesmo!

segunda-feira, julho 31, 2006 9:41:00 da manhã  
Blogger Sérgio disse...

Eu sei... essa está horrível...

segunda-feira, julho 31, 2006 10:22:00 da tarde  

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